sexta-feira, 15 de junho de 2012

Aula 13 - A nova diplomacia americana e seus efeitos sobre a definição de um projeto político para a América Latina



A aula 13 discutiu as características da Nova Diplomacia norte-americana a partir do governo Barack Obama, destacando o seu claro conteúdo político. Ao contrário de projetos anteriores conduzidos pelos norte-americanos, que ainda se escoravam nas heranças da diplomacia bipolar e do alinhamento automático, esse novo projeto se foca na reconstrução da influência americana sobre a América Latina. Para tanto, seria preciso considerar os desafios do mundo atual, de caráter multipolar, no qual as possibilidades de ação são diferentes daquele do passado.
Tal Nova Diplomacia parece refletir sobre os riscos de uma política externa independente na América Latina: desconexão econômica, insubordinação política e relativização da influência cultural. Nesse contexto, o objetivo político do novo projeto de regionalização se constrói a partir de instituições, de políticas (sobretudo ligadas ao setor de segurança) e de agentes que almejam alcançar uma nova hierarquização que re-colocaria o poder na esfera de influência direta americana.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Aula 12 - ALBA e a regionalização política



A aula12 apresentou o caso de um projeto de regionalização que segue como princípio fundamental a defesa de ideologias, a criação de instituições e o uso de capitais públicos. Ao contrário da via econômica preferencial que se observa através do caso MERCOSUL, na qual se salienta o acúmulo da atividade comercial como objetivo primário, a ALBA se caracteriza por decisões políticas. Freqüentemente, tais decisões políticas apontam para caminhos diferentes que são em parte contraditórios com a racionalidade econômica, como se vê através da relativa blindagem diante dos circuitos do capital globalizado.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Aulas 10 e 11 - As vias de integração da América Latina por intermédio da cultura


Nas aulas 10 e 11, discutimos a cultura como meio de integração regional na América Latina. A pressuposição inicial é de que os recortes regionais definidos a partir de indicadores culturais (PIB da cultura, movimentos étnicos, redes artísticas, equipamentos culturais) não seguem com perfeição aquelas divisões referentes à economia. Ainda de acordo com essa discussão da cultura, a real e contínua integração da América Latina depende do reconhecimento e da valorização de nossa diversidade cultural, superando problemas antigos. Segundo essa visão, seria possível alcançar novos níveis de desenvolvimento e de autonomia a partir da perspectiva cultural.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

NOTAS: PARTE 1

As notas da primeira prova podem ser encontradas aqui. Na próxima semana, acrescentarei alguns trechos de respostas de alguns alunos, ilustrando possíveis vias para responder as questões. A prova vale 5 pontos, assim como a segunda prova, a ser realizada no dia 22/06. Aqueles que perderam uma das provas devem fazer a prova substitutiva no dia 29/06. 

AULA 9 - ALCA e UNASUL: desafios da integração em escala continental



Na aula 9, foram discutidos os projetos de integração econômica da ALCA e da UNASUL se constituem em duas tentativas distintas de reunir grandes extensões territoriais sob o mesmo conjunto de normas técnicas.
O projeto da ALCA se foca no aumento do volume da atividade comercial através da queda de barreiras tarifárias e não-tarifárias. Para tanto, estimulam-se os acordos bilaterais e as zonas de livre comércio a partir do papel central norte-americano na expansão das atividades econômicas na América Latina. Não há obrigatoriamente nenhum outro grau de coordenação da atividade econômica e nem tentativas mais claras de diminuir a desigualdade econômica entre os países. Tal qual seus ideólogos defendem, a doutrina se funda na circulação do capital, e não na sua fixação ("trade, not aid").

Por sua vez, o projeto da UNASUL pretende promover uma união aduaneira em toda a América do Sul, sendo esta capaz de quebrar a tendência à estagnação que se observa hoje tanto no MERCOSUL quanto na CAN. Ao contrário da ALCA, este projeto da UNASUL estabelece que a atividade comercial deve ser acompanhada de outros benefícios: aumento da estrutura produtiva, maior isonomia entre os signatários e tarifas externas comum para os países de fora do bloco.

terça-feira, 8 de maio de 2012

AULA 8 – PADRÕES DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA




A aula 8 nos apresenta 3 padrões de integração econômica para pensarmos formas de regionalismo existentes na América Latina de hoje: zona de livre comércio, união aduaneira e mercado comum. Cada uma dessas formas-padrão indica certo grau de coordenação econômica entre os signatários do acordo, envolvendo aspectos como tarifas internas e externas, barreiras sanitárias, coordenação macro-econômica e integração da estrutura produtiva.
No contexto da América Latina, dois padrões ganham visibilidade nos dias de hoje: o padrão das uniões aduaneiras encontradas na América do Sul (MERCOSUL e CAN) e o padrão das zonas de livre comércio encontrado na América Central (NAFTA e CARFTA), tendo os EUA como centro.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

AULA 6 - O mal-estar da nova fragmentação latino-americana




Na aula 6, discutimos a análise que privilegia a América Latina como uma síntese, colocando conjuntamente economia, política e cultura no mesmo discurso. Tal análise chega ao final do século XX em um momento de amplo pessimismo. De fato, a análise estrutural e histórica da América Latina através de sua formação territorial convida ao entendimento que a autoconsciência, as políticas protecionistas e a soma das identidades nacionais não foram suficientes para gerar um sentimento de solidariedade e, muito menos, para se converter em um mecanismo a fim de alcançar um longo ciclo de desenvolvimento econômico e social. Ao constatar a ausência de garantias de desenvolvimento, as opções políticas, econômicas e culturais passaram novamente por uma fragmentação que interfere na organização territorial.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Os limites do pensamento protecionista: estatismo e autoconsciência na América Latina do século XX


Na aula 5, discutimos o momento no qual, finalmente, a idéia de América Latina chega aos agentes políticos, econômicos e sociais que se localizam no nosso subcontinente. O olhar retrospectivo nos informava que os sucessivos ciclos de dominação estrangeira eram as causas dos nossos atrasos; o olhar para o futuro nos exigia entender que era impossível romper com a subordinação através dos estágios de desenvolvimento. Seria então necessário saltar etapas através de um planejamento político-econômico sem paralelos até então, no qual o Estado teria um papel decisivo, direta e indiretamente. Seria promissor pensar que o futuro de cada país da América Latina poderia ser potencializado por uma série de novos acordos com seus vizinhos, superando assim o risco da assimetrias nas mesas de negociações. Em parte, os projetos da CEPAL e da ALALC seguiam nessa direção em meados do século XX. No entanto, o militarismo, a carência de capitais e o limites das políticas de substituição de importações trouxeram problemas para esse modelo de gestão territorial.

domingo, 1 de abril de 2012

Aula 4 - As três vias imperialistas na América Latina do século XIX


Na aula 4, discutimos as diferenças entre as três vias imperialistas na América Latina do século XIX. A crise do capitalismo liberal teria gerado então um novo ciclo de atividades monopolistas que, em um mundo sem regulações políticas e econômicas, se traduzia na formação de novos laços de dependência e de influência dos países centrais sobre os países periféricos. Nesse contexto, a via desenvolvida pela Inglaterra era derivada do seu poder econômico assimétrico (rede bancária, produtos industrializados, serviços de transporte e de energia), enquanto a via americana resultava de um expansionismo de fundo político e conectada à formação de sua identidade nacional, enquanto a via francesa se constituía através de sua especificidade cultural.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Aula 3 - Unidade e fragmentação na América Independente




Na aula 3, tentamos abordar as diferentes estratégias de formação de Estados independentes nas antigas Américas Espanhola e Portuguesa. Chamamos atenção para o processo de intensa fragmentação e instabilidade das fronteiras no lado espanhol, assim como para a relativa estabilidade e expansão das terras do lado português. Mais do que uma reificação dos discursos que colocam toda a responsabilidade nas formas de governo monárquico ou republicano, procuramos entender o sentido desses processos diferenciados. Por último, também demonstramos as novas tendências de dominação política, cultural e econômica que influenciavam o desenvolvimento dos países recém-independentes na América Latina do século XIX.

Las dos Américas, José María Torres Caicedo


El Correo de Ultramar, París, 15 de febrero de 1857

"Mas aislados se encuentran, desunidos,
Esos pueblos nacidos para aliarse:
La unión es su deber, su ley amarse:
Igual origen tienen y misión;
La raza de la América latina,
Al frente tiene la sajona raza,
Enemiga mortal que ya amenaza
Su libertad destruir y su pendón.
La América del Sur está llamada
A defender la libertad genuina,
La nueva idea, la moral divina,
La santa ley de amor y caridad.
El mundo yace entre tinieblas hondas:
En Europa domina el despotismo,
De América en el Norte, el egoísmo,
Sed de oro e hipócrita piedad".

terça-feira, 13 de março de 2012

Aula 2 - Precedentes da América Latina - as formações regionais nas Américas Espanhola e Portuguesa


Antes mesmo da existência do conceito de América Latina e da difusão da doutrina de latinidade, a presença de europeus em terras americanas já apresentava traços de formações regionais. Se não havia solidariedade entre os povos que residiam no Novo Mundo, o que restava era uma série de dinâmicas competitivas que se refletiam em diferentes estratégias de apropriação territorial. Ao contrário do que comumente se discute no ensino médio, os projetos coloniais português e espanhol possuíam inúmeras distinções que não podem ser confundidas pelo discurso sintético da exploração européia.
Na aula 2, tentamos apresentar os traços marcantes das hierarquias regionais que ligavam as diferentes partes das colônias americanas com os grandes centros comerciais europeus, passando necessariamente pelas metrópoles espanhola e portuguesa. Observamos que a estratégia da Coroa Espanhola privilegiou o controle estatal, com direta supervisão sobre todas as atividades econômicas mais importantes. Por outro lado, também discutimos como a solução portuguesa se encontrava na concessão de poderes e direitos de gestão aos colonos (agentes privados).


sexta-feira, 9 de março de 2012

AULA 1 - Antecedentes para a investigação da América Latina como tema da Geografia Regional

Diego Rivera, Sueño de una tarde dominical en La Alameda Central

Na primeira aula do curso, discutimos o conceito de região e dois enfoques fundamentais para que os recortes regionais sejam pensados e realizados na América Latina. Discutimos o enfoque histórico-estrutural a partir da concepção de região homogênea, assim como a perspectiva dos fluxos de trocas que viabiliza a definição de regiões funcionais. Em cada caso, os desenhos dos recortes regionais na América Latina são distintos. O programa do curso pode ser baixado aqui.




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SEGUNDA PROVA

A segunda prova foi enviada por email usp para todos os alunos do curso e deve ser entregue até o dia 02/12. Os seguintes alunos devem entrar em contato o mais rapidamente o possível via email rvalverde@usp.br:

SARAH OLIVEIRA FERNANDES
ISABEL MOGADOURO DA CUNHA
SANDRA DE CÁSSIA DA SILVA
LEANDRO ORNELLAS BARBOSA

terça-feira, 25 de outubro de 2011

NOTAS - 1ª PARCIAL

As notas da P1 (valor: 5 pontos) estão disponíveis aqui.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Programa provisório do curso

O programa provisório do curso já pode ser encontrado nesse link, assim como os textos das primeiras 7 aulas já se encontram disponíveis na xerox da Ana.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Produzindo Fronteiras: Entrecruzando Escalas, Povos e Impérios na América do Sul (1640-1828)


24-26 de agosto de 2011 – São Paulo, Brasil

Produzindo Fronteiras: Entrecruzando Escalas, Povos e Impérios
na América do Sul (1640-1828)

24 DE AGOSTO | QUARTA-FEIRA

  • ABERTURA | 10:00 – 10:30
  • MESA 1 | 10:30 – 12:30
    Direito e Territorialidade
    Tamar Herzog – Antônio Carlos Robert Moraes
    Coord: Laura de Mello e Souza
  • MESA 2 | 14:00 – 16:30
    Geografia Fiscal e Fluxos Territoriais
    Márcia E. Miranda – Ângelo Carrara – Carlos Gabriel Guimarães
    Coord: Gaetano Sabatini
  • MESA 3 | 17:00 – 18:30
    Comércio e Abastecimento
    Leila Algranti – Helen Osório – Griselda Tarragó
    Coord: Vera Lucia Amaral Ferlini

25 DE AGOSTO | QUINTA-FEIRA

  • MESA 4 | 09:30 – 11:30
    Expedições de Demarcação
    Márcia Motta – Marta Penhos – Heloísa Gesteira
    Coord: Ronald Raminelli
  • MESA 5 | 11:30 – 13:00
    Fronteira Oeste
    Nauk de Jesus – Renata Araújo
    Coord: Maria de Fátima Costa
  • MESA 6 | 14:30 – 16:00
    Fronteira Amazônica
    Rafael Chamboleyron – Flávio Gomes – Neil Safier – Fernando-Torres Londoño
    Coord: Eduardo Neves
  • MESA 7 | 16:30 – 18:30
    Administração Local e Comunicação Política
    John Monteiro – Dario Barriera – Miriam Moriconi
    Coord: Fernanda Bicalho

26 DE AGOSTO | SEXTA-FEIRA

  • MESA 8 | 10:00 – 12:30
    Fronteira Platina
    Guillermo Wilde – Elisa Garcia – Eduardo Neumann – Paulo Possamai
    Coord: José J. Ruiz Ibáñez
  • MESA 9 | 14:00 – 15:30
    Episcopado e Missões
    Aliocha Maldavsky – Maria Elena Barral
    Coord: Horácio Gutierrez
  • MESA 10 | 16:00 – 17:30
    Territorialidade: Contiguidades e Rupturas
    Luiz Felipe de Alencastro – Lia Osório Machado
    Coord: Rafael Marquese
  • ENCERRAMENTO
    Diogo Ramada Curto – Investigadores da Red Columnaria

sexta-feira, 2 de julho de 2010

RECUPERAÇÃO

Aqueles que ficaram em recuperação devem fazer o seguinte trabalho:

Como a Geografia Regional pode estudar a América Latina? Quais são as suas contribuições originais ao entendimento da América Latina de hoje? Exemplifique suas respostas.

I) Este trabalho é individual;
II) Ele deve ter no máximo 20 páginas com a seguinte formatação - fonte Times New Roman 12, espaçamento entre linhas de 1,5, uso de regras ABNT para citação;
III) O trabalho deve ser entregue até o dia 19 de Julho via email (rvalverde@usp.br);
IV) O método de avaliação será comparativo.

sábado, 26 de junho de 2010

Discussão das provas

Aos interessados, estarei na USP para receber as reclamações e entregar as provas nos dias 8 e 9 de Julho. Procurem-me entre 16 horas e 20 horas desses dois dias, na sala A-2. Aguardo a presença de vocês.

Rodrigo Valverde

terça-feira, 22 de junho de 2010

Notas do curso

Clique aqui para ter acesso às notas do curso.