terça-feira, 23 de março de 2010

Aula 4 - Estatismo e auto-consciência na América Latina do século XX














Na Aula 4, discutimos as transformações na organização regional da América Latina do século XX, destacando sobretudo o papel do Estado forte nesse processo. A construção das identidades nacionais, as políticas industriais protecionistas, o processo de urbanização e a modernização da agricultura foram facetas desse processo de valorização do papel do Estado na produção do Espaço. Nota-se pela primeira vez o uso corrente da idéia de América Latina a partir da estrutura estatal, chegando-se a cogitar processos de cooperação regional através da mediação da CEPAL.

terça-feira, 16 de março de 2010

Eduardo Galeano: o destino da América Latina

Aula 3 - O imperialismo na América Latina independente


A aula 3 explora os arranjos regionais das diferentes vias do imperialismo na América Latina do longo século XIX (1774-1914): a) o liberalismo econômico inglês e sua corrente diplomática; b) os projetos culturais franceses e suas instituições e serviços no Novo Mundo; c) o Destino Manifesto americano e a expansão progressiva de sua área de influência. Os slides da aula 3 podem ser baixados aqui.

terça-feira, 9 de março de 2010

Programa do curso

O programa atualizado do curso já pode ser baixado aqui.

Aula 2 - América Latina como um espaço independente

A segunda aula foi dividida em dois blocos distintos. Primeiramente, foram estudados os diferentes contornos territoriais definidos pelos projetos de independência nas américas durante o século XIX. Posteriormente, foi debatida o surgimento e a projeção espacial existente da idéia de América Latina.
A idéia geral foi demonstrar que a idéia da cooperação entre países latino-americanos surge nesse período, mas as intensas transformações políticas, econômicas e culturais pelas quais esses passam ainda se constituem em barreiras para as suas alianças regionais. Nesse sentido, essa categoria de América Latina acabaria servindo mais a diferentes projetos imperialistas do que propriamente aos primeiros esforços de representação de uma América unificada.
Os slides da aula 2 estão disponíveis aqui.

domingo, 7 de março de 2010

A origem da idéia de América Latina

Segue abaixo um trecho do texto "Las dos Américas", apresentando o primeiro uso conhecido do termo América Latina (Correo de Ultramar, 15/02/1857). Esse texto foi escrito pelo diplomata José Maria Torres Caicedo e publicado em Paris por intermédio dos inúmeros intelectuais e refugiados que procuravam nessa cidade maior estabilidade para a defesa de suas idéias durante o século XIX. A versão integral do texto pode ser encontrada aqui.


"Mas aislados se encuentran, desunidos,
Esos pueblos nacidos para aliarse:
La unión es su deber, su ley amarse:
Igual origen tienen y misión;
La raza de la América latina,
Al frente tiene la sajona raza,
Enemiga mortal que ya amenaza
Su libertad destruir y su pendón.

La América del Sur está llamada
A defender la libertad genuina,
La nueva idea, la moral divina,
La santa ley de amor y caridad.
El mundo yace entre tinieblas hondas:
En Europa domina el despotismo,
De América en el Norte, el egoísmo,
Sed de oro e hipócrita piedad".

sexta-feira, 5 de março de 2010

Independência da América Latina 1808-1830


A direita, encontram-se os anos de independência dos países latino-americanos.
A esquerda, observa-se o movimento de criação e desaparição de países ao longo do século XIX: alguns projetos federalistas também surgiram e desapareceram em seguida: Grã-Colômbia, República Federal de Centro América, Guatemala Antiga, Confederação Peru-Boliviana, entre outros.

Aula 1 - Construindo as Américas nos séculos XVI-XVIII


A idéia geral da aula foi realizar uma observação das divisões do poder e da estrutura produtiva nas américas entre os séculos XVI e XVIII. Falamos de um período anterior a construção de idéia de América Latina, pretérito a qualquer discurso de identidade comum, de solidariedade, de valorização da língua ou da defesa da independência das suas civilizações. A idéia é ir além da idéia de colônias de exploração, tal qual se explora no contexto do ensino médio. Dentro dos projetos de ocupação e produção do espaço colonial na América Espanhola e na América Portuguesa, se encontrariam distinções que merecem maior cuidado.
No contexto da América Espanhola, destacou-se a presença forte da Coroa na estruturação do espaço colonial. Diversas instituições e práticas espaciais foram criadas e/ou contratadas para garantir a difusão dos interesses reais no novo continente: Vice-Reinos, Audiências, Casas de contratação, Encomiendas etc. Essa escolha se justificava como uma estratégia para controlar os recursos naturais existente no continente, com o grande problema dos altos custos da manutenção dessa estrutura de dominação.
No contexto da América Portuguesa, observou-se o papel proeminente dos agentes privados na ocupação e produção do espaço colonial. Para reduzir os custos do projeto colonial na Metrópole, grande liberdade foi concedida aos agentes produtivos, trazendo problemas como o da corrupção, dos abusos de poder, da violência e das falências. Com isso, esperava-se garantir um amplo controle territorial e obter maiores retornos comerciais, apesar da ausência de metais preciosos. As poucas instituições e agentes da Coroa que se encontravam na colônia possuíam poderes reduzidos e variados.
Os slides utilizados na aula podem ser encontrados aqui.

Aula 1

Historicamente, a América Latina não foi objeto recorrente da Geografia Regional. A discussão de suas divisões, a justificativa de suas desigualdades, a avaliação dos seus agentes foram em geral realizadas no contexto de dois discursos geográficos: aquele fundado no olhar exógeno da Geografia Tropical européia e aquele característico do pensamento sintético do subdesenvolvimento, de inspiração marxista. Ambos comportam simplificações da produção do espaço latino americano de acordo com suas preferências intelectuais.
O objetivo do curso de Geografia Regional da América Latina é rever os modos de se pensar, compreender e justificar as divisões espaciais dessa área. Essa iniciativa se justifica na medida em que os geógrafos têm sido cada vez mais freqüentemente convidados a participar de fóruns públicos, de discussões de projetos didáticos e de eventos científicos que utilizam novas formas de se interpretar a América Latina.
O curso se fundamenta no que há de mais particular ao conceito de região. De acordo com essa visão, a América Latina seria estudada a partir das seguintes categorias de análise: homogeneidade, extensão, hierarquia e autonomia. Também seria válida a idéia de região como uma escala intermediária, entre dois pontos extremos do poder.
O curso tem duas grandes partes. Na primeira, privilegia-se um olhar associado a construção histórica de divisões das Américas que, em um certo momento, se configuraria na idéia de América Latina. Na segunda parte, observam-se as transformações na divisão do espaço latino-americano a partir de diferentes dimensões: economia, política e cultura. Este curso terá duas provas individuais e sem consulta como avaliação: 19/04 e 14/06.