Historicamente, a América Latina não foi objeto recorrente da Geografia Regional. A discussão de suas divisões, a justificativa de suas desigualdades, a avaliação dos seus agentes foram em geral realizadas no contexto de dois discursos geográficos: aquele fundado no olhar exógeno da Geografia Tropical européia e aquele característico do pensamento sintético do subdesenvolvimento, de inspiração marxista. Ambos comportam simplificações da produção do espaço latino americano de acordo com suas preferências intelectuais.
O objetivo do curso de Geografia Regional da América Latina é rever os modos de se pensar, compreender e justificar as divisões espaciais dessa área. Essa iniciativa se justifica na medida em que os geógrafos têm sido cada vez mais freqüentemente convidados a participar de fóruns públicos, de discussões de projetos didáticos e de eventos científicos que utilizam novas formas de se interpretar a América Latina.
O curso se fundamenta no que há de mais particular ao conceito de região. De acordo com essa visão, a América Latina seria estudada a partir das seguintes categorias de análise: homogeneidade, extensão, hierarquia e autonomia. Também seria válida a idéia de região como uma escala intermediária, entre dois pontos extremos do poder.
O curso tem duas grandes partes. Na primeira, privilegia-se um olhar associado a construção histórica de divisões das Américas que, em um certo momento, se configuraria na idéia de América Latina. Na segunda parte, observam-se as transformações na divisão do espaço latino-americano a partir de diferentes dimensões: economia, política e cultura. Este curso terá duas provas individuais e sem consulta como avaliação: 19/04 e 14/06.